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Opinião: eating likes

Falar de doença mental não é fácil: há muito estigma. Dizer que sofre de algum transtorno alimentar é, automaticamente, aguardar algumas reações típicas de quem não entende muito sobre o tema. Algumas pessoas não sabem o que dizer. outras, irão julgar e algumas pensarão que é só uma besteira.

Portanto, conversar sobre o assunto é essencial. Formar uma rede de apoio, com pessoas de confiança, ajuda não só a encorajar quem sofre a procurar um tratamento, como também ajuda no processo. Procurar informação responsável e especializada também é uma idéia. E trocar idéia com quem já teve ou tem o problema pode ser muito interessante.

Pode ser.

Conversar com um grupo semelhante para entender que transtornos alimentares podem acontecer com qualquer um, ajuda tirar o fardo da culpa e da auto comiseração inerentes da doença. Estar em grupos nos quais você se identifica com as pessoas e é livre para falar o que sofre, sem olhares incompreensivos ou dolorosos, permite colocar todos os ‘demônios’ para fora - demônios esses que, constantemente, se transformam em gatilhos para comportamentos típicos dos transtornos alimentares.

Estudos demonstram que tratamentos em grupos trazem bons prognósticos, pois aumentam aa habilidade de comunicação e socialização, além do desenvolvimento da autoconsciência ao ouvir outros membros do grupo.

Com a facilidade da internet (grupos de facebook, perfis de instagram, e etc) essa troca ficou mais fácil. Até pouco tempo atrás, os blogs pro Ana e pro Mia*, eram os únicos conteúdos encontrados sobre o assunto. Não faziam (e não fazem!) bem e as informações encontradas por lá só aumentavam a gravidade do problema. Agora podemos contar com comunidades que trocam informações de qualidade, além de pessoas que falam sobre os transtornos alimentares com muito mais qualidade e responsabilidade.

Mas também temos uma enxurrada de perfis de recuperação, que, na minha opinião, podem ser questionáveis. Obviamente não podemos generalizar, acredito que existem pessoas que se beneficia muito da troca. Mas na minha prática clínica, desaconselho a prática aos pacientes que estão enfrentando essas questões.

Por que?

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