Viagem: Portugal

Em Junho desse ano fui conhecer Portugal. Eu e minha mãe embarcamos rumo a Lisboa para passar uma semana conhecendo mais do país de onde saiu Dom João- ou fugiu, segundo o livro 1808 de Laurentino Gomes.

Em algumas horas estávamos em terras Portuguesas, prontas para experimentar os famosos doces e animadíssimas para comer muito bacalhau.

Aqui nesse post eu reuni alguns lugares que visitei, minhas impressões e dicas para quem está indo.

LISBOA

Ficamos em Lisboa de sábado a quarta feira, mas estávamos planejadas ficar até quinta. Achei Lisboa uma cidade rápida de se conhecer, e, de alguma maneira, não me surpreendeu. Eu achei a cidade legal, a comida deliciosa, mas não senti o que todo mundo sente: aquela coisa arrebatadora. Mas isso é algo individual! Cada pessoa gosta de um rolê, não é mesmo?

Nos hospedamos na casa de um amigo, que fica longe do Chiado (o ‘centro’) e achei ótimo. Ficar no Chiado parece sedutor, mas como é muito cheio de turistas, não dá pra ver a vida Lisboeta como ela é. No bairro do meu amigo consegui ver um pouco da vida da cidade sem o turismo e, com o sistema de metrô, ficava fácil ir para os destinos que queria visitar. Sobre transporte: andamos basicamente de metrô e um pouco de Uber - e tivemos uma só experiência no bonde - que, ao meu ver, não valeu a pena! Achei mais legal ver passando do que passar por ele!

Nos dois primeiros dias, me rendi a indicações de amigos e a unanimidade Jose Avillez. Provei o famoso pastel de Belém e me desapontei muitíssimo com os doces portugueses. No meu paladar, tem todos o mesmo sabor: gema crua.

O Pastel de Belém fica ao lado do mosteiro dos jerônimos, do padrão dos descobrimentos e da torre de Belém - além do Maat. Tem uma fila gigante na porta, mas para não ficar esperando, entre no restaurante e vá até o fim. Já será surpreendido pelo jeitinho delicado (só que não) dos garçons portugueses, mas vale a pena. O Pastel realmente é bem gostoso. E se for pedir café com leite, peça meia de leite. - FOTO 1

Depois, fomos andando pelos pontos turísticos até chegar no LX-Factory, um complexo que abriga várias lojinhas simpáticas, uma Landeau (terá um parágrafo só pra ela!) e alguns restaurantes. Vale a pena entrar na Livraria Ler Devagar e perder um tempo nos livros. - FOTO 2

Decidimos não comer no LX e paramos na Taberna Rua das Flores, do ladinho do Largo do Chiado. Fiz a reserva pela internet por indicação de um casal de amigos. Pedimos pães e ameijoas de entrada (um molusco delicioso) e, como prato principal, o do dia. O restaurante tem pouquíssimas opções, é bem pequeno e muito simpático - assim como o preço. Acho que vale a visita! - FOTO 3

No dia seguinte, fomos até o Castelo de São Jorge. Acordamos cedo e pegamos o metrô até o local mais próximo. Tênis no pé (aliás, SÓ TÊNIS NO PÉ, nem perca seu tempo com outro calçado!) e descemos na estação do Rossio e fomos andando até o Castelo. Todo mundo me alertou sobre a grande caminhada, que eram muitos morros e etc. Mas gente, eu vim de BH, com uma parte da minha infância aproveitada em Barbacena. Ou seja: não achei o fim do mundo aqueles morros todos. Sou phD em subir ladeira, hahahaha. E amei fazer o caminho a pé, achei até mais interessante do que o Castelo em si. Ver o bondinho subir entre as casinhas portuguesas muito fofas e coloridas é uma cena de filme. Se você tem facilidade em se locomover (e não vai num calor infernal), super recomendo fazer o mesmo! Lisboa vista de cima é linda! - FOTOS 4 e 5

Saindo de lá, descemos andando até a cervejaria Ramiro: talvez o lugar que mais gostei em Lisboa. É um restaurante bem grande, barulhento e bagunçado. Um grande boteco. Como Belo Horizontina nascida e criada, sou phD não só em ladeira, como em bar também. Então, aprovei! Na chegada você pede uma senha e, se tiver moedas, compra chopp enquanto espera em uma máquina automática. Não estava bebendo, mas brinquei de comprar o chopp para minha mãe. Lá dentro, um grande aquário com alguns frutos do mar (de lá saiu minha lagosta) e bandejas carregadas de peixes, moluscos e etc. O pão com alho é um acontecimento, não deixe de pedir. Para ver mais sobre o restaurante, sugiro assistir o episódio do Anthony Bourdain em Lisboa no ‘No Reservations’. - FOTOS 6, 7 E 8

A noite jantamos no Cantinho do Avillez. Também fiz reserva (com antecedência) pela internet. A comida desse restaurante do Chef é mais conceitual, mas não deixa de ser gostosa. Comemos um carpaccio de Vieira com avocado de entrada, alguns pães, e dividimos um bacalhau delicioso. Pra quem gosta do Chef, vale conhecer. Mas se você quer fartura, o Bairro do Avillez é mais recomendado. FOTO 9

Nesse meio tempo, fomos ao Mercado Time Out para conhecer. Vale a pena - apesar da comida ser mais cara. Tomei um sorvete de manga muito gostoso na Santini. Vá com paciência pois é super cheio! FOTO 10

No dia seguinte pegamos o trem para Cascais. Esperando um tempo quente, embarcamos sem problemas para ver a praia de perto. Cascais fica super perto e você compra o bilhete do trem na hora. O clima não tava o ideal, mas a cidade é MUITO FOFA! Eu adorei! Aproveitamos para comer num restaurante indicado por uma amiga: Polvo Vadio. O polvo é tipo ‘patrimônio de Cascais’ e ir lá e não provar a iguaria é como ir a Minas e não comer pão de queijo. Fizemos a reserva pela internet e, depois de caminhar pela cidade, sentamos nesse simpaticíssimo (e barato) restaurante! - FOTOS 1 E 2

Pedimos pães (sempre) e o carpaccio de polvo de entrada (com laranja e erva doce). Muito gostoso! E como prato principal ‘dividimos’ o polvo a lagareiro. Dividimos entre aspas porque, minha mãe, que desconfio não ser responsável pelo meu gene gastronômico aventureiro, não curtiu a textura ‘polvística’. Eu amo e amei o prato! Super recomendo! - FOTOS 3 E 4

Chegando em Lisboa, rumei a famosa Landeau. Agora uma pausa e Caps Lock: O MELHOR BOLO DE CHOCOLATE DO MUNDO. Depois de uma imensa decepção com doces portugueses no dia anterior, fiz minhas pazes com o açúcar das terras lusitanas. Esse bolo é um acontecimento. Se você for a Lisboa e não provar, tem um motivo pra voltar. - FOTO 5

No meio do caminho visitamos o elevador de Santa Justa. Na verdade eu fiquei só rindo do lado de fora enquanto minha mãe entrava no elevador esperando um super rolê. Verdade seja dita, é como o elevador Lacerda de Salvador: um meio de transporte e ponto. A gente chega no elevador com a expectativa de uma visão privilegiada, e chega na outra ponta com cara de tacho, sem entender o que aconteceu! Afinal, não é um elevador panorâmico! Ali pertinho ficam as ruínas do Convento do Carmo, que são bem bonitas! - FOTOS 6 E 7

A noite sobrou espaço para Jantar no Café de São Bento, que, segundo a internet, tem o melhor filé de Lisboa. Se é o melhor eu não sei, mas é especialmente gostoso. O restaurante é muito antigo, uma coisa meio decadence avec elegance mas com uma comida muito bem feita. Não tirei fotos, pois estava muito escuro!

Nos dia seguinte fomos para Sintra. A cidade é linda! Me lembrou Petrópolis - porém mais conservada. Não visitamos tudo, mas o que mais gostei foi a Quinta da Regaleira. Lá descemos o poço iniciático (FOTO 2), que é bem interessante! Antes de caminhar até a Quinta, paramos no Piriquita, para comer a famosa almofada de Sintra (FOTO 1). Outra decepção! Não curti muito os doces - e depois desse, parei de insistir! Almoçamos num lugar muito simpático chamado Tascatinga. Tem várias comidinhas para compartilhar e o serviço é bem simpático! Foi um bate-volta rápido que valeu a pena!

No outro dia embarcamos para passar o resto da viagem no Porto. Fomos também de trem e, apesar da viagem relativamente longa, foi bem tranquilo. Essas passagens compramos com antecedência no site ‘comboios dePortugal'. Iríamos para Porto numa quinta, mas adiantamos para quarta feira - no site mesmo, um processo bem fácil. Chegamos um pouco antes do embarque e rumamos para o norte.

Achei Porto linda!!! Se tivesse que escolher um lugar para voltar em Portugal, além de Cascais, voltaria pro Porto. A comida também é divina, mas achei a cidade mais charmosa e acolhedora que Lisboa. No dia que chegamos, fomos almoçar no Cantina 32. O restaurante é bem cool e com uma comida muito, muito gostosa! Pedi uma espécie de Caldeirada de Frutos do mar deliciosa (FOTO 4) e, se não me falha a memória, minha mãe comeu um Prego igualmente gostoso. Nesse dia fomos até o outro lado do Douro e andamos no teleférico que sobe desde a margem até o Mosteiro. Parece um programa ‘turistão', mas foi lindo ver a cidade sob esse ponto de vista (FOTO 5). Depois, atravessamos a ponte a pé, com aquela brisa fresca deliciosa!

No outro dia fomos visitar minha amiga Lígia em Aveiro - amiga, inclusive, que batizou esse blog que vos fala. Lá demos uma volta pela cidade e almoçamos num restaurante recomendado por ela: o Evaristo . É um restaurante bem pequenininho, que tem como garçons (e acredito que donos) uns senhores BEM antipáticos. Mas tão antipáticos que chega a ser engraçado! Minha mãe e Lígia comeram um bacalhau de natas e eu fui de rissóis (como uns rissoles). É uma comida bem caseira e simples, mas saborosa. Porém, vá preparada(o) para o humor nada educado dos senhores que por lá estão.

No último dia do Porto, fomos conhecer o Museu de Serralves. É um Museu de Arte Contemporânea muito lindo e interessante. Na ocasião, obras da Portuguesa Joana Vasconcelos me impressionaram (FOTTO 1). Não só as obras, mas o museu também é belíssimo. Saímos de lá animadas para visitar a casa da música mas, sem ter checado antes, perdemos a visita guiada. Fica pra próxima!

Almoçamos num lugar bem pequeno, com uma comida bem caseira e baratinho: Tasca do Zé Povinho. Achei a comida divina, parece que uma mãe portuguesa cozinhou. Repeti as Ameijoas porque não sou de ferro (FOTO 2)! Depois fui provar uma Pavlova (FOTO 3) muito gostosa no Miss Pavlova. É uma confeitaria delícia que fica dentro de uma loja fofa, cheia de souvenirs. A noite fomos jantar num restaurante Thai que também recomendo: o BOA-BAO (FOTO 4).

No sábado voltamos para Lisboa, mas antes tomamos café da manhã no Zenith (FOTO 5) - indicação de um amigo que havia ido no restaurante em Lisboa. Não é uma padaria tipicamente portuguesa, mas o café da manhã era bem gostoso!

Ao voltar pra Lisboa, aproveitamos para conhecer o Bairro do Avillez: do mesmo chef do Cantinho, o bairro tem uma comida mais ‘democrática’ - mas que não deixa a desejar. Lá você pode provar as famosas azeitonas que explodem na boca, e vários outros tipos de comidinhas. Pedimos um sanduíche de barriga de porco muito saboroso! (FOTOS 6 E 7).

Além desses pontos que visitei, gostaria de destacar algumas observações:

Lisboa tem várias outras coisas para visitar - que nós visitamos. É tudo relativamente perto e, para se programar, qualquer visita ao Google te aponta os locais principais.

Em ambas cidades tem a Claus Porto, loja linda que você pode visitar em Lisboa e no Porto. É uma loja de fragrâncias deliciosa!

Vale levar apenas tênis para andar por Portugal. Lembre-se que é muito morro acima e morro abaixo! E não tem essa de “ahhh, mas nem levar um sapato mais chique?". Olha, no meu ponto de vista, a preocupação das pessoas lá é outra bem diferente do que ficar observando o que você tem no pé.

Não comi a francesinha no Porto por motivos de não ir com a cara do prato! Então não posso opinar onde você pode comer! Também não bebi nenhuma bebida alcóolica pois já tava grávida! Infelizmente passei vontade vendo o chopp gelado e os diversos vinhos do país.

As lojas de sardinha em lata são muito legais, mas comprar no supermercado é uma alternativa mais barata. O mesmo para os azeites! Nós acabamos cedendo aos encantos de uma loja linda na cidade do Porto (próxima a livraria Lello) e compramos a maioria dos itens lá! Mas vale visitar um supermercado!

A livraria Lello (no Porto) é realmente bonita mas MUITO, MUITO cheia. Dizem que a autora do Harry Potter escreveu parte dos livros lá (ou se inspirou, não sei). Bacana né? Mas prepare-se pra fila na entrada, na saída e, sobretudo, vá com muita paciência pra aguardar as várias pessoas mais preocupadas em tirar selfie do que observar o local! Parece um formigueiro!

Achei a viagem relativamente barata, come-se muito e muito bem por pouco. Fiquei sem provar as sardinhas :(, mas me alimentei basicamente de frutos do mar :). Ah, não deixe de provar as dezenas de tipos de pães existentes!

Ainda quero voltar ao país para conhecer o Algarve e, quem sabe, o Alentejo. Não cabia em uma semana, mas garanto que esse tempo é o suficiente para você conhecer muitas coisas do país.

Espero que dê boas idéias para quem visitar a terrinha!

Beiijos,

Marina