Quer emagrecer? Tudo bem!

Como profissional da saúde - e como ser humano que procura se informar - sei dos riscos da obesidade. Mais da metade do Brasil está com excesso de peso, e 17% da população está obesa. Segundo o JAMA (Jornal Americano de Medicina), mais de 34,9% dos americanos estão obesos. EM 1980, 57 milhões de pessoas estavam obesas no mundo todo. Em 2013 esse número passou para 2,1 bilhões. A obesidade, assim como o sedentarismo, acarreta em vários problemas: desde dores musculares e problemas de locomoção até diabetes, problemas cardiovasculares e etc. Isso todo mundo está CA-RE-CA de saber. E muita gente não está com o peso excedido ao ponto de ter algum problema de saúde mais sério - e mesmo assim deseja emagrecer. E a grande maioria dessas pessoas são as mulheres.

Sim, nós, sempre insatisfeitas com alguma coisa. Se temos cabelo enrolado, queremos alisar. Se temos um bumbum pequeno, queremos que cresça. E por aí vai... Obviamente contamos com um turbilhão de informações (leia-se pressões) externas para que sigamos um padrão de beleza, e esse padrão está sempre magro.

Concordo que são enxurradas de informações praticamente desnecessárias que deixa muita gente por aí infeliz, com a auto estima lá no pé. Assim como essas imagens abaixo

Mas a questão aqui não é discutir o quanto essas informações estão deteriorando a saúde mental das mulheres. Deixo esse serviço para o blog da queridíssima Paola - https://naosouexposicao.wordpress.com/. 

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Estou aqui para dizer que OK você querer emagrecer, OK se você acha que fazer isso vai te deixar mais feliz. Sou a favor da felicidade, desde que o peso ou a imagem visual seja apenas um complemento disso tudo, e não um foco central. Desde que você não esteja se espelhando em expectativas irreais e atrapalhando sua saúde por isso. Desde que você dê mais importância para o seu lado de dentro do que a imagem no espelho.

O que acontece é que o mundo está MUITO CHATO. Se você está feliz com o seu excesso de peso, você ou é desleixada ou está mentindo. Se você quer perder uns quilinhos (ou ganhar mais músculos, ou definir a barriga, ou sei lá o que), você é fútil, vaidosa, desinteressante e deveria se preocupar mais com outras coisas. E aí começa aquele sentimento de culpa para quem quer mudar algo no corpo: "ok, eu sou uma pessoa que não acho que beleza é tudo, mas estou com ódio porque a calça não está entrando mais. Ai meu Deus, como sou péssima!!!!!!!!!! Diminuir meu bumbum está contra tudo o que eu sempre pensei de valores humanos! Que horror!!! AHhhhhhhh". E toda essa culpa só piora o quadro.

Uma pessoa querer se sentir bem quando se olha no espelho não faz com que ela se torne uma pessoa sem princípios, valores ou algo do gênero. Não é porque eu gosto do azul que eu preciso detestar o verde. O raciocínio vai bem por aí. Querer ser a melhor versão de si mesma é super legal e saudável. Gostar de se maquiar não faz de você uma Barbie fútil, querer ter um pneuzinho menor também não faz de você um ser humano vazio.

A perda de peso, o ganho de músculos ou qualquer modificação física não deve ser o assunto central da sua vida, e nem a resolução dos seus problemas. A alegria, auto estima e vontade de viver não deve depender somente de um fator - e principalmente quando este é físico.

Por isso, se você quer melhorar: melhore. Não abale sua saúde, não torne o rumo central da sua vida, não viva pelo seu corpo - mas sim para ele.

Se você quer emagrecer, vá em frente! Procure um profissional, explique seus desejos, exponha seus anseios... trate seu corpo com saúde. Emagreça, mude e melhore porque você se ama, e não porque você se odeia.

Mil Beijos,