Comer Emocional

A insatisfação no trabalho, nos relacionamentos ou em qualquer outra área da vida nos faz, geralmente, buscar outros prazeres. Comer é uma das maneiras de buscar satisfação ou até de canalizar as frustrações e angústias.

Descontentamentos fazem parte da  nossa história, e por mais que a gente tente manter tudo da maneira mais leve e fácil possível, existem coisas que simplesmente estão fora do nosso controle: uma demissão, a dúvida na carreira, a perda de um parente, uma briga familiar, um amigo que nos desaponta,... Isso tudo acontece, o tempo inteiro, no mundo todo. A vida nem sempre é 100% justa.

Falamos muito do ‘comer emocional’, mas esquecemos que não existe só um lado cinza do comer com emoções. Comemos também porque estamos felizes ou porque estamos celebrando. Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença.

Em várias cidades do Brasil, principalmente nas cidades pequenas, os velórios são regados de comida e bebida, num momento de luto e despedida. Assim como as festas de batizado, momento de nascimento e fé.

Infelizmente alguns profissionais insistem em tratar o comer emocional de maneira muito cética: “a comida não vai resolver seu problema, pense nisso”, eles dizem. Mas não é tão fácil assim.

“Se os seres humanos precisassem apenas decidir ser diferentes para que isso acontecesse....”* – 

Eu acredito sim que os alimentos podem nos ajudar a aliviar dores rasas ou profundas, e não vejo motivo para ninguém negar isso. Tem gente que alivia os problemas no esporte, outros nas drogas, alguns na fé e uma parcela - provavelmente você que está lendo isso faz parte dela - na comida.

É importante saber que a comida não resolve nenhum problema. Mas as vezes ela dá aquele abraço que estamos precisando. Pode ser também só uma pausa pra encarar mais do que vem pela frente. A grande questão aqui é saber lidar com isso. 

E como começar a pensar?

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Achei super interessante essa frase que uma paciente disse! O primeiro ponto é saber que a questão nem sempre é o bombom no dia da tristeza. É a caixa inteira. O tamanho do problema não pode ser relacionado ao tamanho da comida.

Saber que consumir aquilo não resolverá sua angústia, mas que naquela hora servirá como um abraço, porque não escolher um pedaço menor?

O segundo ponto é avaliar a necessidade de se satisfazer. Ninguém precisa estar 100% feliz o tempo todo. Está buscando 100% de prazer o tempo inteiro na comida? Não confunda “comer o que gosta” com “comer o que adora o tempo todo”. Se isso acontece, seu problema pode estar em outras insatisfações.

Não coma a emoção, coma com emoção.

Até a próxima,

Marina

*Oliver James, Como desenvolver saúde emocional.

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