Call me your (food) lover
Fico pensando se uma das primeiras recordações que você tem da gente é aquela pizza de Aliche muito salgada na pizzaria da minha esquina. Será? Porque eu tenho muitas memórias...
Lembra do primeiro dia dos namorados, que preparei aquele jantar com velas e flores, e quando você chegou eu estava mais pra lá do que pra cá porque tinha tomado grande parte do vinho enquanto cozinhava? E lembra que no dia seguinte e fomos comer Árabe com sua mãe, num frio de lascar, e eu com o rosto na janela do carro pra ver se amenizava minha ressaca?
Lembra também daquela vez que tentamos assistir Jiro Dreams of Sushi e caímos no sono? E quando decídimos ir para Módena porque ficamos fissurados no episódio do Chef's Table? Lembra também quando vimos o Massimo no Eataly NYC?
Teve também o dia que andamos da minha casa até a sua casa e preparamos hambúrguer na grelha da varanda?! Foi demais! Também não vou esquecer do japonês que nos ajudou a encontrar o Shima, da nossa ida ao Xapuri e da nossa decisão de ir morar junto tomando um drink no Le Jazz Petit. E de quando descobrimos que o delivery do Cabana Burguer salva nossa vida.
E os cafés da manhã?! Um dos mais engraçados foi aquele na Santa Etiene que te contei o caso do capuccino com omelete de claras. De todos os goles de espresso que te pedi e do dia que fui no Madureira buscar açaí porque dessa vez quem tinha passado da conta era você.
Ah, o Yakisoba que minha mãe não gostou!!! Lembra da cara que ela fez? Hahahaha. Não sei se acho mais engraçada a cara dela ou você imitando. E da minha cara comendo o café da manhã no Ryokan? Ainda bem que você que me ajudou a comer pra não fazer feio pra japa fofa que nos recebeu.
Você que embarcou comigo na idéia de conhecer um caseificio, a criação de vacas do meu pai e de fazer massa caseira. Você que dividiu comigo aquela pizza gigante em Roma e todas as outras pizzas de Carpaccio que já pedimos. Que topou os Mc Donald's. E que me esperou fotografar todos os pratos mesmo doido pra atacar a comida, além de aceitar todos os meus palpites nas suas fotos.
E as furadas? Porque a vida não é só um banquete. Aquela moela fria e dura que você pediu no boteco copo sujo em Tóquio, aquele graçom hostil na Taverna Trilussa e todas as vezes que você pediu muita comida mesmo que eu falasse que já era o suficiente. E claro, daquele carbonara horrível que fiz na casa da Small, mas que você teve coragem de provar os próximos que vieram (e que deram certo!).
Uma das frases que mais gosto de ouvir você falar é: "podemos tentar repetir isso em casa". Uma das cenas que mais amo é quando a gente senta pra provar nossas aventuras gastronômicas, principalmente quando o terceiro ser humano (canino) senta na cadeira do meu lado pra ficar olhando tudo acontecer.
Você me satisfaz com seu amor e companhia <3
Te amo
Marina