Guia alimentar para a população brasileira
Semana passada, dia 5 de novembro, foi lançado o guia alimentar da população brasileira. A última versão era datada de 2006, e muita (mas muita mesmo!) coisa mudou nesses 6 anos. E fiquei admirada, contente e super orgulhosa do guia ter evoluído com os anos que se passaram.
O último guia (ler aqui) era super quadrado, chato de ler. Com informações punitivas e restritivas, que englobavam apenas o ato de colocar a comida na boca para alimentar a fome física, sem mencionar muito os aspectos culturais e sociais da comida.
Esse novo guia está um show, e fiz um breve resumo do que você pode encontrar nele!
O guia alimentar para a população brasileira é um conjunto de informações e recomendações sobre alimentação com o objetivo de promover a saúde das pessoas, famílias, comunidades e da sociedade brasileira. Ele foi dividido em capítulos, cada um referenciando a alimentação em algum contexto.
O guia começa com sobre os princípios da alimentação. E começa com a frase mais querida de todos os tempos <3:
Alimentação é mais que ingestão de nutrientes!
Ou seja, a alimentação envolve combinações, modo de comer, dimensões culturais e práticas alimentares. Além disso, o capítulo fala de como as recomendações sobre alimentação devem estar em sintonia com seu tempo. A população brasileira de 2014 está no século XXI, deixando para trás paradigmas pré estabelecidos em épocas passadas. O cenário socio econômico foi modificado, a mulher foi para o mercado de trabalho, o acesso a informação cresceu muito e vários outros acontecimentos ocorreram e ainda ocorrerão. O guia alimentar deve estar alinhado com o tempo que estamos vivendo - e está!
Outro capítulo fala sobre a escolha dos alimentos, e discute o que são os alimentos in natura e minimamente processados; o consumo, a utilização e a importância de sal, óleo, gorduras e açúcar; fala sobre as desvantagens dos alimentos ultraprocessados, não só como estes impactam a nossa saúde, mas o impacto cultural, social e ambiental. Além disso, discute os problemas dos industrializados: como eles tem um hipersabor (açúcar demais, sal demais, tudo para nos 'viciar'), como eles são feitos para que possamos comer em qualquer lugar (e 'onde' comer tem tremenda importância para uma boa saúde), como o tamanho dos ultraprocessados é gigantesco (nos fazendo comer mais) e como as calorias líquidas (refrigerantes e bebidas adoçadas) podem ser um problema na nossa saúde.
Além disso, o guia descreve a importância da conservação e manipulação de alimentos - que nunca deve ser menosprezado! Muitas vezes pensando que apenas os colaboradores de restaurantes devem estar atentos a esses detalhes, mas nós também temos muito a ganhar com essas informações!
Comer com regularidade e atenção, num ambiente apropriado e, se possível, em companhia, são detalhes SUPER importantes que também são abordados! <3 Muito legal!
E para finalizar, a parte mais linda de todas: o guia chama atenção sobre a informação sobre saúde, habilidades culinárias e publicidade! Nos aspectos 'informação sobre saúde' e 'publicidade' ele destaca a importância de se obter boas fontes de informação e de se atentar a publicidade dos produtos. No ponto 'habilidades culinárias' ele lembra a importância de desenvolver (ou aproveitar!) a simpatia por cozinhar, que no meu ponto de vista, é ponto crucial para uma alimentação saudável!
Sei que o guia é longo, mas sugiro que todos leiam: profissionais de saúde, educadores e consumidores. Alguém me perguntou o que eu modificaria no guia, e ainda não consegui pensar em nada que não tenha gostado!
Parabéns a todo mundo que se envolveu nesse processo, e mais parabéns ainda a todos aqueles que irão se envolver nesse guia! :)
Mil beijos!