De onde vem essa balança?

Há alguns dias fiz uma enquete nos stories do instagram com 3 perguntas. Elas eram:

Com qual idade você fez a primeira dieta ou visitou o nutricionista/endocrino? -

Quem foi a pessoa determinante para que você fizesse uma dieta (ex: “pai”, “mãe”, “eu mesma” etc)? -

Hoje, olhando para a época que você começou a tentar emagrecer, você acha que precisava (em relação ao peso, corpo, etc)? -

Pensei em fazer essa enquete porque escuto as histórias se repetindo no consultório: “A primeira vez que me falaram pra fazer dieta eu tinha uns 12 ou 13 anos”, “minha mãe/avó/pai que me levou até o médico/nutricionista, dizia que eu precisava emagrecer”, “eu pedi para ir porque via minha mãe indo” e “hoje, olhando para trás, vi que não precisava fazer dieta ou podia se abordado de outra maneira”.

Pensando nessa resposta, elaborei alguns textos para abordar esses assuntos, baseada nos seguintes questionamentos:

Qual o impacto de iniciar uma dieta cedo? Como abordar a possível necessidade da perda de peso sem gerar questões graves?

Como os familiares e médicos/nutricionistas podem lidar com a questão do peso de uma maneira menos estigmatizada? Como os adultos de hoje, que sofreram pressões ou imposições para emagrecer podem melhorar suas relações com comida e corpo?

Antes dos textos, deixo aqui os números da enquete. Lembrando que a maioria das respostas foi dada por mulheres (98%). Foram, em média, 1500 respostas por pergunta.

O que achei mais interessante é que eu acredito que qualquer nutricionista que busque entender de onde vem a demanda da perda de peso de um paciente, escutará histórias parecidas. E a enquete veio para provar isso.

A ciência mostra que o problema da obesidade é real, mas o estigma dela também é. A enquete é somente uma amostra fácil disso que estamos vivendo: uma época de terrorismo nutricional, pressão estética e uma infelicidade extrema com corpo e alimentação.

Espero que gostem dessa série de texto e ajudem na reflexão de pais, cuidadores, adultos e adolescentes.

Até breve,

Marina