E precisamos todos rejuvenescer (?)

Você não sente, não vê

Mas eu não posso deixar de dizer, meu amigo

Que uma nova mudança em breve vai acontecer

O que há algum tempo era novo, jovem

Hoje é antigo

E precisamos todos rejuvenescer

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Houve um tempo que eu não queria compreender porque as pessoas queriam tanto emagrecer. Se falou que queria perder peso, já me dava uma pontada no coração e aquele desânimo... Com o tempo eu percebi que ter preguiça dessa preocupação não era o caminho, e passei a entender e respeitar mais a necessidade da perda de peso - mesmo se o motivo for uma preocupação estética. Porém a minha aceitação acaba quando começa a expectativa do corpo irreal ou ideal - e aí eu combato com unhas e dentes a ditadura do corpo 'capa de revista' ou 'timeline do instagram'.

Passado o tempo que eu me sentia inconformada por aquela necessidade, bateu outra encanação na minha vida de nutricionsta: a visível dificuldade de envelhecer. E quando eu falo envelhecer, não é se tornar idoso. É ver o tempo passar com as mudanças que ele leva e traz.

Não tenho absolutamente NADA contra intervenções cirúrgicas ou tentativas de se manter num peso médio num longo prazo. Mas jamais vou entender desatenção das pessoas com o próprio corpo em prol da fuga das transformações que a idade traz.

Porque estou falando isso?

Atendo, na grande maioria, mulheres. De todas as idades: dos 16 aos 70 anos. E 80% delas não se percebem, não se enxergam e não entendem a mudança que o próprio corpo oferece.

Meninas/mulheres de 19 anos não conseguem notar que o corpo não é mais aquele mesmo dos 15 anos. As curvas apareceram e agora, mais do que nunca, estão em evidência. Você pode ser magrinha que nem o palito, as mudanças hormonais estarão lá. E não adianta querer continuar usando aquele número de calça da mesma maneira de antes. Por mais que você não ganhe 1 grama de peso, seu corpo vai mudar e suas roupas vão te vestir de maneira diferente.

Mulheres de 30 a 38 anos não conseguem entender porque o corpo não tonifica da mesma maneira que tonificava aos 25, porque a gordura nas costas insiste em ficar e lutam para se manter na calça 36 (ou 38, ou 40, ou 42 - na verdade,  estão sempre lutando para ficar no número da década passada).

Mulheres de 50 a 60 não se conformam em ver a barriga aumentando (e nem percebem que o odiado quadril está sumindo lentamente) e a pele ficando menos viçosa e mais flácida. As mudanças inerentes a evolução humana (após a menopausa, a mulher tende a armazenar mais gordura na região abdominal e menos nos culotes, mamas e bumbum) passam desapercebidas de um lado e escandalosas de outro.

No resumo da ópera, estão todas sempre tentando se manter na última idade. Eu mesma as vezes me pego falando "nossa, meus 20 anos de idade era muito bons", e provavelmente aos 20 falava "nossa, quando eu tinha 15 anos eu amava". E quando tiver 40 vou garantir que os 30 eram os melhores.

O que precisamos entender é que nosso corpo está em frequente mutação. Para envelhecer, basta estar vivo. Você pode ter a vontade de se manter num peso médio por uma questão de saúde (e de estética, porque não?) mas sem se desconectar do seu biotipo e da sua história física.

Querer se manter sempre com as mesmas curvas é se desconectar totalmente do corpo. A gente fica tão preocupada em não mudar, não envelhecer, que acaba não percebendo o que nosso corpo fala, os sinais que ele dá, como podemos nos sentir melhores com aquelas mudanças. Como ele reage a cada estímulo físico, a cada alimento, a cada situação.

Ligamos no piloto automático e desaprendemos a envelhecer. E saber envelhecer é tão chique e inteligente!

Então, no meio de toda essa necessidade de perder peso e manter o manequim, que tal dar uma parada e notar as mudanças do seu corpo? E até as mudanças da sua vida?

Essa reconexão com o corpo requer auto compreensão. E percebendo um pouco por dia todas essas mudanças que fazem parte do corpo de qualquer pessoa,  você consegue alcançar seus objetivos (estéticos ou não) com muito mais facilidade!

No presente a mente, o corpo é diferente

E o passado é uma roupa que não nos serve mais