
com tanta coisa boa pra contar, você vai ficar contanto calorias?
Como os nossos pais?
Eu sempre ouvi da minha mãe que eu era (pra ela eu ainda sou, hahaha) desorganizada. E até pouco tempo atrás eu realmente acreditava nisso: que eu era desorganizada. Até que comecei a perceber que as pessoas ao meu redor me acham … organizada! Dois momentos me marcaram muito: Um dia foi uma tia que me falou sobre como eu guardava os sapatos e roupinhas da Barbie “tão direitinho, tudo bem organizadinho”. Depois foi um amigo de infância que disse: “lembra quando brincávamos de banca de jornal? Você era tão organizada com as revistinhas!”. E aí caiu uma ficha: por muito tempo eu me achei desorganizada. Não porque sou, mas porque minha mãe afirmava isso para mim repetidas vezes. Como a percepção que temos de nós e do mundo perpassa pelas afirmações e apontamentos das nossas mães, pais e responsáveis, não teria como eu me sentir organizada com minha mãe afirmando o contrário.
O amargo da Páscoa
O chocolate é um alimento muito antigo, que passou por algumas transformações até chegar nesse produto que consumimos hoje. Ao que tudo indica, os primeiros a cultivar e transformar as amêndoas de Cacau em bebida foram os astecas. Depois, os europeus começaram a adicionar açúcar, canela, cravos e outros sabores. Por muito tempo ele foi conhecido e consumido no Velho Continente como uma bebida, até que os Holandeses o transformaram em Cacau em pó e os Ingleses inventaram o chocolate sólido.
A fabricação de chocolate passa por vários processos, inclusive pela adição de açúcar em sua massa. E de acordo com a quantidade deste ingrediente, o chocolate se torna - ou não - amargo. Quanto maior o teor de cacau, menor o teor de açúcar. E talvez seja por isso que o chocolate amargo caiu nas graças dos profissionais de saúde.
Mas será que é tão mais saudável assim?
Diversas soluções são oferecidas para ‘driblar’ a vontade de comer chocolate: tâmaras, chás, banana com canela… mas o chocolate amargo é uma das únicas ‘alternativas’ que eu já vi funcionar melhor. Digo alternativa entre aspas, afinal, é chocolate! Mas, temos que tomar cuidado com essa solução milagrosa.
Eu sou do time que o problema não está no ingrediente, mas sim na dose. E um dia desses me deparei com uma paciente que tem se permitido comer quantidades excessivas de chocolate porque ele é amargo. Afinal, ‘amargo pode’. E não é por aí.
Qualquer consumo excessivo e recorrente, principalmente quando ele causa, além do desconforto físico, o desconforto mental e emocional, é contra indicado. Mas não adianta substituir quantidades enormes de chocolate ao leite (visto como ‘não saudável’), pelas mesmas quantidades enormes de chocolate amargo. A culpa pode não existir, mas o excesso segue existindo.
A idéia de uma alimentação equilibrada passa, obviamente, pela qualidade do que consumimos. Mas apoiar nossos exageros não recomendados em produtos que são classificados como saudáveis, também não é recomendado.
Portanto, nessa páscoa, convido você a olhar o chocolate de uma maneira diferente. Escolha aquele que você verdadeiramente gosta, aquele que você consegue saborear em quantidades adequadas e com prazer, atenção e curiosidade.
Eu adoro os chocolates brancos, mas também me encanto pelos levemente amargos, ou aqueles que tem em sua composição notas de menta ou caramelos salgados. E você?