Postagens com tags transtorno alimentar
TARE: transtorno alimentar restritivo evitativo

O começo da alimentação é um fator muito importante para nossa nutrição. É durante os primeiros anos de vida que somos apresentados a uma diversidade de alimentos, mas também que aprendemos que comer não é apenas ingerir: é também sentar-se à mesa para dividir, é ver a comida como símbolo de cultura e entender que alguns alimentos aparecem em determinados contextos.

Mas alguns pais têm dificuldades em iniciar a vida alimentar dos seus filhos. Algumas crianças são resistentes a novos sabores, e outras a determinadas texturas. E no geral, a criança que não come de tudo ganha o rótulo de “chata para comer”.

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Opinião: eating likes

Falar de doença mental não é fácil: há muito estigma. Dizer que sofre de algum transtorno alimentar é, automaticamente, aguardar algumas reações típicas de quem não entende muito sobre o tema. Algumas pessoas não sabem o que dizer. outras, irão julgar e algumas pensarão que é só uma besteira.

Portanto, conversar sobre o assunto é essencial. Formar uma rede de apoio, com pessoas de confiança, ajuda não só a encorajar quem sofre a procurar um tratamento, como também ajuda no processo. Procurar informação responsável e especializada também é uma idéia. E trocar idéia com quem já teve ou tem o problema pode ser muito interessante.

Pode ser.

Conversar com um grupo semelhante para entender que transtornos alimentares podem acontecer com qualquer um, ajuda tirar o fardo da culpa e da auto comiseração inerentes da doença. Estar em grupos nos quais você se identifica com as pessoas e é livre para falar o que sofre, sem olhares incompreensivos ou dolorosos, permite colocar todos os ‘demônios’ para fora - demônios esses que, constantemente, se transformam em gatilhos para comportamentos típicos dos transtornos alimentares.

Estudos demonstram que tratamentos em grupos trazem bons prognósticos, pois aumentam aa habilidade de comunicação e socialização, além do desenvolvimento da autoconsciência ao ouvir outros membros do grupo.

Com a facilidade da internet (grupos de facebook, perfis de instagram, e etc) essa troca ficou mais fácil. Até pouco tempo atrás, os blogs pro Ana e pro Mia*, eram os únicos conteúdos encontrados sobre o assunto. Não faziam (e não fazem!) bem e as informações encontradas por lá só aumentavam a gravidade do problema. Agora podemos contar com comunidades que trocam informações de qualidade, além de pessoas que falam sobre os transtornos alimentares com muito mais qualidade e responsabilidade.

Mas também temos uma enxurrada de perfis de recuperação, que, na minha opinião, podem ser questionáveis. Obviamente não podemos generalizar, acredito que existem pessoas que se beneficia muito da troca. Mas na minha prática clínica, desaconselho a prática aos pacientes que estão enfrentando essas questões.

Por que?

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Vou contar sobre a Whole30

Ficar 30 dias sem comer açúcar já é comum no fantástico mundo da internet. Outros alimentos e ingredientes também fazem parte desse tipo de 'desafio’ - que nada mais é que uma restrição disfarçada de de atitude bem intencionada, como escrevi aqui nesse post.

Agora imagine ficar 30 dias sem: açúcar ou adoçante (nenhum tipo), álcool (nem pra preparar um risotto), grãos (como arroz, milho, aveia, etc), oleaginosas (amendoim, pasta de amendoim, castanhas, etc), leite e derivados e nenhum alimento processado ou ultraprocessado. Se você já está craque em decifrar dietas, pode perceber que essa é mais uma que deixa disponível para você come apenas carne, frango, peixe, ovos, legumes, verduras, algumas frutas e água. Ou seja: uma nova dieta da proteína.

WHOLE30

Essa dieta que descrevi acima se chama Whole30 e foi criada por Melissa e Dallas Hartwig, um casal americano que deu vida a essa ‘nova forma de se alimentar’.

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Eu tenho umas compulsões alimentares

Tem muita gente que chega nos consultórios de nutricionistas com essa fala: “eu tenho umas compulsões alimentares". Talvez você já tenha pensado que come compulsivamente, ou que é compulsiva e até que isso é falta de força de vontade, que você precisa é tomar vergonha na cara e parar de comer tanto.

Pra te tranquilizar ou te indicar o caminho para o tratamento, é importante que você saiba o que é compulsão alimentar. E para que as pessoas sejam menos julgadoras e quebrem essa idéia de que pra comer menos ou bem a gente precisa só ‘querer', também é interessante entender a compulsão alimentar.

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Tá pago! (no crédito)

"Festinha hoje a noite, vou tomar uns drinks, comer umas coisas diferentes... bora malhar pra acumular uns créditos, né?". "Treininho de hoje tá Pago". 

Parece que falar esse mecanismo é quase obrigatório de quem quer se manter sarado ou se mostrar preocupado com a 'saúde'. A idéia de que se você malhar bastante vai acumular créditos para poder comer depois ou subir correndo na esteira para poder 'pagar a dívida' de ontem é muito disseminada, mas uma inverdade. Nosso corpo não é um banco: não existe essa de crédito, débito, dívida, cheque especial ou empréstimo. 

Essa compensação não é apenas errada no ponto de vista biológico, como prejudicial no ponto de vista psicológico.

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Emagrecer e ficar magro

 O IMC é o índice de Massa Corporal que pode determinar o estado de saúde através do peso. O cálculo do IMC é feito através do peso dividido pela altura ao quadrado, e o resultado indica alguns estados como magreza, eutrofia, sobrepeso e obesidade.

Esse índice é muito utilizado em estudos populacionais e em consultórios médicos e nutricionais. Mas muitas vezes seu manejo não é muito bom e pode se tornar o início de uma vida de prisões alimentares e luta contra a balança. Quem nunca ouviu um médico/nutricionista "você TEM que emagrecer!" e ficou apavorado querendo perder peso a todo custo, ou conhece alguém que depois dessa ordem ficou achando que estar magro era essencial pra uma boa saúde? Mas nem sempre magreza é garantia de saúde!

Como assim?

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Diálogo

Christine experimenta vestidos para sua festa de formatura enquanto sua mãe aguarda do lado de fora do trocador: "Está muito apertado, droga!". A mãe, do outro lado, diz: "Bem, eu disse para você não comer aquele segundo prato de macarrão". Contrariada, Christine bufa e a mãe completa: "Querida, você parece estar brava com isso, mas eu só estou tentando ajudar"

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Opinião: To The Bone #netflix

Ellen tem anorexia, um transtorno alimentar caracterizado pela recusa do indivíduo em manter o menor peso adequado para sua altura e idade, através de atitudes que interferem no ganho de peso e alimentadas pelo medo intenso de engordar,além de um distúrbio na percepção da forma e do tamanho do próprio corpo.

Ellen faz abdominais, usa roupas largas e escuras, tem lanugos e se nega a receber tratamento para o transtorno: “eu estou no controle” e “eu não me sinto tão doente” são afirmações presentes. Numa das cenas, sua meia irmã faz um ‘quiz’, questionando quantas calorias tem no prato. Ellen conta calorias com a facilidade de uma calculadora. Na cena seguinte a irmã dá uma solução para o problema: diz para Ellen que ‘basta comer’.

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