Agora não vai dar para começar a fazer exercícios físicos

Uma hora é o frio, outra hora é o calor. Um dia é a gripe que te pegou, no outro é o natal, e uma hora é a vida de trabalho atribulada. Ou seja: você nunca vai começar um exercício físico. O primeiro passo é entender que nunca vai existir uma condição perfeita, mas que o momento terá que ser criado. Afinal, exercício físico é sim essencial para a saúde: A atividade física regular pode prevenir e ajudar a controlar doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e câncer, além de reduzir os sintomas de depressão e ansiedade e melhorar a aprendizagem e o bem-estar geral.

Segundo as recomendações do Colégio Americano de medicina esportiva, todos os adultos entre 18 e 65 anos devem se envolver em atividades* de intensidade moderada 5 vezes por semana (no mínimo 30 minutos por dia), ou em atividades de intensidade vigorosa 3 vezes por semana (no mínimo 20 minutos por dia). Já a OMS recomenda que adultos devem realizar, no mínimo e semanalmente, 150 a 300 minutos de atividade física de intensidade moderada; ou 75 a 150 minutos de atividade física de intensidade vigorosa – e até uma combinação das duas.  

Mas como fazer se você nunca começa – e se começa, acaba perdendo o ritmo?

 

Não pense no exercício como um remédio para a saúde, pois assim as chances de você se engajar serão menores - afinal, quem gosta de tomar remédio? Pense em outras razões para se mexer: aproveitar o tempo para ouvir um podcast, uma música, organizar os pensamentos, ou aproveitar para passar na frente daquela loja nova que inaugurou no seu bairro.

 

Se recompense (não com comida, né?) a cada exercício feito. Tive uma paciente que só podia assistir um episódio de uma série se cumprisse seu ‘auto combinado’. O Pedro Pacífico (@bookster no instagram #RunBooksterRun) uma época se comprometeu em só comprar um livro novo depois de uma quantidade ‘x’ de km percorridos.

 

Coloque os exercícios como uma grande prioridade da sua vida. Trace horários e formas quase inegociáveis para fazê-los. Uma boa solução para quem tem disponibilidade financeira é contratar um personal. Para quem não tem, é colocar na agenda como você coloca seu trabalho, seu horário de dormir, suas aulas... A devida atenção deve ser dada.

 

Seja flexível – mas não auto condescendente. Ou seja: não se culpe se um dia não deu/não quis ir, mas não faça disso uma rotina. Não fique buscando razões para responsabilizar a sua escolha de não ter praticado atividades físicas. Faça um planejamento sabendo que PODE SER que ele dê errado, mas se programe para fazê-lo dar certo ao máximo.

 

Busque um motivador. E não estou falando de grupos de whatsapp ou frases de efeito tipo Força, Foco e Fé. Um motivador pode ser um amigo ou amiga que gostaria de te acompanhar ou uma competição. Para algumas pessoas, aqueles calendários de hábito, onde você tem que marcar cada tarefa realizada, funcionam super bem. O importante é tentar se manter com motivação.

 

Crie um ambiente apropriado para os exercícios – ou seja, não adianta dormir mal e querer ter pique para fazer se mexer no dia seguinte. Não adianta chegar da exaustão do trabalho achando que você vai trocar de roupa e descer para esteira – as chances de você estacionar no sofá são enormes. Então nem vá pra casa: já deixe a roupa do exercício na mochila. Evitar os ‘dificultadores’ e aumentar os facilitadores do entorno ajudam muito a se manter na rotina.

 

E por fim, você pode pensar na perda de peso, mas lembre-se que focar muito nisso talvez não fará da prática um hábito. Quando traçamos um objetivo e o alcançamos, tendemos a abandonar aquele percurso que nos levou até lá. Portanto, comece a perceber outros impactos do exercício no seu corpo: ele melhora o sono, a disposição e a libido, estabiliza o humor, reduz dores e faz seu intestino funcionar com mais regularidade. Aí, toda vez que bater aquela preguiça, você começa a lembrar de tudo que o exercício te proporciona! Lembrar da recompensa é uma forma excelente de não ceder para o desânimo.

 

 Algumas referências:

https://www.acsm.org/education-resources/trending-topics-resources/physical-activity-guidelines

 

https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/337001/9789240014886-por.pdf

 

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